Cético, eu?

Quando comecei a ler esse livro (Ensaios Céticos, Russell) só lembrei de uma pessoa: Chris. Não que ela seja cética, até porque tenho outros amigos muito céticos, mas sim porque foi a primeira pessoa a me chamar de cético, e até hoje sou curioso acerca dessa minha natureza. Boa hora para esse livro, especialmente pelo preço, 2 conto.
Cada parágrafo tem me remetido a momentos da vida... "Consequentemente, o povo luta contra e a favor de medidas inteiramente irrelevantes, enquanto que os poucos que têm opinião racional não se podem fazer ouvir porque não alimentam as paixões de ninguém"
Segundo ele (baseado em Shakespeare) somos formados por três elementos: o poeta, o amoroso e o lunático. Então toda a nossa personalidade é forjada em diferentes tensões destes três.
Entendam que o lunático não se trata do louco, mas da pessoa que não se faz entendida. Fazemos a guerra e defendemos os interesses do nosso país. Por que não somos taxados de loucos? Afinal, a guerra é um ato insano corroborado pela consciência coletiva.
O equilíbrio, deveras deslocado, se faz impossível. O que fazemos é utilizar inconscientemente as partes não utilizadas pelo consciente.
Isso teoriza o intenso uso da razão por alguns "exáticos". O intenso seria a parte poeta/amoroso (sem consequencias, parte não racional).
Aqui eu creio entrar o cético: aquele que apercebe tal. Tenta buscar o equilibrio destas três partes. Mas isso não fica claro na opinião do Russell, ou talvez eu não tenha entendido.
Sempre imaginei o cético como sendo "exático". Mas não. Acredito que uma pessoa "do contra" pode ser um potencial cético, mas as vezes sem o uso da razão.
Então, penso eu, a busca do equilíbrio poeta/amoroso/lunático é a vida do cético?
Bertrand Russell (1872-1970), matemático e filósofo inglês, laureado com o Premio Nobel de Literatura de 1950.
PS: seria Salomão um dos maiores céticos de todos os tempos?